segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Culto à memória Xangô Rezado Alto celebra a Memória do conhecido “Quebra de 1912”


                               Culto à memória
Xangô Rezado Alto celebra a Memória do conhecido “Quebra de 1912”

Na próxima quarta, 01 de fevereiro, uma importante página poderá está sendo escrita na história de Alagoas, enquanto outra será virada. Há 100 anos um dos episódios mais tristes do estado estava em curso, com a destruição de todas as casas de matriz africana de Maceió, o que causou feridas que até hoje estão abertas e com as quais convivemos e sofremos.
Da destruição e perseguição dos seguidores e admiradores da cultura afro-brasileira, muitos se sentiram obrigados a abandonar sua cidade e mudar-se para outros estados, ajudando a desenvolver sua cultura em novos ares em estados como Pernambuco e Bahia.
Para marcar esse centenário e trazer a discussão sobre a intolerância religiosa e cultural, a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) realiza neste ano o projeto Xangô Rezado Alto, uma referência antagônica do que ficou conhecida a prática de se celebrar seus ritos com os atabaques sendo tocados timidamente, ou simplesmente baixo, o que ficou conhecido por “xangô rezado baixo”.
A ideia surgiu de uma série de fatos e ações desenvolvidas por seguidores, populares, estudiosos e admiradores da cultura afro em Alagoas, como os professores universitários Edson Bezerra, Rachel Rocha, Clébio Araújo e do saudoso Marcial Lima, quando estava a frente da Fundação Municipal de Ação Cultural em meados dos anos 2000. Outros dois movimentos lembrando o episódio ocorreram em 2006 e 2007, sempre com a participação popular, mas ainda com pouca força.
O projeto “Xangô Rezado Alto – o centenário do Quebra” surgiu de uma inquietação da nova gestão da UNEAL, hoje representada pelo reitor Jairo Campos e do vice-reitor Clébio Araújo, que procurou à época (2010) o consultor para projetos culturais, Vinícius Palmeira, para formatação e tramitação do projeto no Ministério da Cultura, culminando, no fim de 2011, na aprovação e liberação de recursos federais oriundos do Fundo Nacional de Cultura.
Logo em seguida as Federações e Comunidades Terreiros de Alagoas foram convidadas a participar do projeto, e assim uma forte aliança entre a academia e o popular foi formada, em prol de uma das maiores manifestações culturais que o estado já viu, não para protestar ou festejar, mas para celebrar a memória, com paz, de um fato determinante para a formação histórico-cultural do alagoano neste último século. Além de uma grande rede de parceiros que aderiram ao projeto como  UFAL, Federações e Comunidades Terreiros de Alagoas, CESMAC, Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, ITERAL,  IHGAL, IPHAN, Secretaria de Estado da Educação, BRASKEN, Articulação da Cultura Popular e Afroalagoana e IZP.
“Esse é um projeto fundamentado em diversas ações realizadas por  nós e tantas outras pessoas, há pelo menos 07 anos junto ao movimento negro e manifestações culturais de matriz africana em Alagoas e isso só se concretizou graças à união de todos”, explicou o vice-reito da UNEAL, Clébio Araújo.
Segundo o Reitor Jairo de Campos, “A UNEAL vive um momento de maior aproximação com a comunidade e os movimentos sociais, e esse episódio é bastante emblemático, por isso pretendemos dar mais visibilidade às manifestações de cultura negra em Alagoas e buscamos no Ministério da Cultura o apoio financeiro para isso, com uma contrapartida nossa e juntamente com outros parceiros. Desta forma, assim, podermos demonstrar o poder de reação e resistência, elevando a auto-estima do povo alagoano, num trabalho que iniciou-se em outubro de 2010 e que agora colocamos em prática”.
O projeto inicia-se nesta próxima quarta (01), mas se estenderá até o mês de maio com ações como seminário, congressos, prêmio cultural etc... pondo em discussão tudo que cerca, não só o fato do “quebra” em si, mas também os anseios e necessidades de todo um movimento sócio-religioso e cultural.
O Cortejo
No dia 01 de fevereiro acontecerá um grande cortejo reunindo babalorixás, yalorixás, ogãs, artistas, grupos, admiradores e populares que juntos sairão, vestidos de branco, às 15h da Praça D. Pedro II (Praça da Assembleia), percorrendo a Rua do Sol, fazendo duas homenagens: uma à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que nasceu capela, e foi edificada por iniciativa dos negros em 1820; e outra homenagem ao prédio do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL) onde hoje está guardada a Coleção Perseverança, composta de peças que escaparam ao fogo à época e foram recolhidas pelos pesquisadores Abelardo Duarte e Théo Brandão junto à Sociedade Perseverança e Auxílio dos Empregados do Comércio de Maceió, onde ficaram guardadas durante décadas,compondo hoje o acervo do IHGAL.
Após essas homenagens o cortejo seguirá para a Praça Mal Floriano Peixoto (Praça dos Martírios) onde uma grande congregação cultural acontecerá, após a realização de um fato inédito na história do Brasil, quando o Governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, assinará um ato onde, oficialmente, o Governo de Alagoas pedirá perdão às comunidades terreiros e ao povo alagoano pela barbárie cometida em 1912. Não se tem registro de nada parecido. Um chefe do executivo estadual pedindo perdão por um ato de extrema crueldade e intolerância religiosa. “Não há dúvidas que este será um fato que ficará para a história, pois pela primeira vez o governo estará reconhecendo a violência praticada no passado, dando-lhe um caráter oficial, e ao mesmo tempo, pedindo perdão por isso”, constata o Antropólogo e Sociólogo Edson Bezerra, estudioso do assunto e um dos incentivadores e colaboradores de todo esse movimento.

Após esse ato oficial segue uma programação cultural que se estende também ao dia seguinte, conforme a programação abaixo:

Dia 01 de fevereiro
18h - Hip hop - Guerreiros Quilombolas
19h – Afoxé Oju Omim Omorewá
20h – Wilma Araújo “70 anos de Clara Nunes”
21h- Igbonan Rocha em “Coisa de Nêgo”, com participação especial da Escola de Samba Girassol
22h- Orquestra de Tambores
23h- Vibrações

Dia 02 de fevereiro
Praça Mal. Floriano Peixoto (Praça dos Martírios)
17h- Banda afro Gifá Lomin
17:30h– Malungos do Ilê
18h- Maracatu Raiz da Tradição
18:30h- Projeto INAÊ
19h - Guerreiro Vencedor Alagoano (Mestre Juvenal)
19:30h-Afoxé Odô Iyá
20:30h- Jurandir Bozo com o show “Pros pés”, com participação dos grupos de coco de roda “Xique-xique”, do Jacintinho e “Pau-de-arara”, da Pitanguinha
21:30h- Mariene de Castro (BA)
Segundo a organização, a ideia é que essa celebração aconteça anualmente, como lembra o Diretor Geral do projeto, Vinícius Palmeira: “O que queremos é que essa data se firme no calendário de eventos de Alagoas para que possamos dar mais visibilidade ao movimento, mas também contribuir para o aumento da auto-estima do alagoano... pois o que queremos é criar a Noite do Xangô Rezado Alto”, concluiu.
Quem quiser mais informações, é só acessar o blog do projeto, que já se tornou em pouco tempo, uma ferramenta essencial de pesquisa sobre o tema: www.xangorezadoalto.blogpost.com

ÁFRICA- ORIGEM DAS LUTAS MARCIAIS – A ARTE DO COMBATE EM KUSH- NÚBIA O ATUAL SUDÂO

ÁFRICA- ORIGEM DAS LUTAS MARCIAIS – A ARTE DO COMBATE EM KUSH- NÚBIA O ATUAL SUDÂO


Por Malachiyah Ben Ysrayl.
Historiador e Hebreu-Israelita
E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br 
Msn: kefingfoluke1@hotmail.com 
Skype: lindoebano 
Facebook: Walter Passos


Milhões de africanos na África e nas Américas praticam diversas modalidades de artes marciais, como a luta livre, jiu-jutsi, kung-fu, judô, karatê, Tae Kwon Do, hapkido, aikido, boxe, luta Greco-romana, capoeira, ninjutsi, e outros estilos.

Os lutadores pretos possuem um número incontável de fãs e nomes marcaram a história do boxe, a exemplo de Mohamed Ali, Mike Tison, Holyfield, George Foreman, entre outros. Atualmente um lutador brasileiro tem levantado as platéias pelo seu estilo e conclusão nos combates do MMA: Anderson Silva.

Se perguntarmos a um jovem preto sobre a origem das lutas marciais, imediatamente ele reportará aos países asiáticos, especialmente a China, Japão e a Coreia. E citará a capoeira como uma luta de origem afro-brasileira.

A maioria dos jovens pretos concordará com estas respostas porque assim aprendeu nos livros didáticos, nas revistas de esportes e nas academias. Inclusive terá como referência histórica as lutas gregas como a matriz, o início no planeta da arte das técnicas de combate. Fato corroborado sempre nos jogos olímpicos que tentam perpetuar o equivoco histórico e lamentavelmente milhões de africanos acreditam nesta falácia.

Como a origem da vida e a civilização se deram no continente africano, todas as ciências lá também surgiram, dentre elas a medicina, filosofia, matemática, astronomia e muitas outras, cujos estudos temáticos foram postados neste blogger:

VERDADEIRO PAI DA MEDICINA – IMHOTEP OU HIPÓCRATES?


AKHENATON E ÉDIPO - HISTÓRIA OU MITO - O PLÁGIO DOS GREGOS DA HISTÓRIA AFRICANA

A ESFINGE DE GIZÉ – A ESFINGE COPIADA PELOS GREGOS - A TENTATIVA DE BRANQUEAMENTO E A MUTILAÇÃO DA ESFINGE DE GIZÉ. 

Neste artigo, iremos desmitificar esses ensinamentos e conduzi-lo a uma maravilhosa viagem no tempo para o local da origem das lutas marciais: África.
O erro histórico tem sido corrigido de uma forma eficaz, através de inúmeros documentos recém-descobertos em terras africanas: iconografia, literatura das civilizações do Vale do Nilo, combinada com estudos etnográficos.

A Civilização Kush-Nubia foi o palco das primeiras artes marciais, inúmeros documentos estão sendo estudados no antigo Kemet (nome correto para o antigo Egito) que retratam as artes marciais do povo núbio. Kemeth e Núbia tiveram em muitos períodos da história relações econômicas estáveis e períodos de turbulência política. Acredita-se que a civilização de Kemet se originou de migrações de Kush-Nubia, inclusive muitos deuses cultuados em Kemth foram deuses de Kush-Núbia, o exemplo é a deusa Isis. Apesar da civilização de Kush ter fechado por um grande período as suas fronteiras por Kemth para manter a sua pureza étnica.

As artes marciais surgidas em Kush e posteriormente divulgadas em Kemet possuíam todo um espírito filosófico com técnicas apuradas de respiração.

As escavações revelaram em monumentos de Kemet as técnicas de combate dos núbios que remontam a 2800 a. C. Uma das interessantes figuras retrata uma vitória de um kemita sobre um lutador núbio.

A luta entre o egípcio e o Núbio é ilustrada da direita para a esquerda em quatro "frames". O egípcio está usando a roupa de um soldado. No segundo quadro, o egípcio tem o seu braço esquerdo sobre e em torno da cabeça do Núbio. Penetrando em um joelho sob seu oponente, o egípcio, simultaneamente, elevadores entre as pernas do núbio, enquanto curiosos em um movimento descendente em sua cabeça. O Núbio é derrubado no chão e colocado de costas, no quadro final. O lutador egípcio está sobre seu adversário com os braços levantado em uma pose tradicional de vitória antes do Faraó.

A civilização grega apropriou-se dos ensinamentos africanos e também as suas técnicas de defesa, tanto assim, que chamou depankaration (Παγκράτιον), que significa todos os poderes, uma mistura de boxe e luta livre, com golpes e técnicas que incluem socos, chutes, estrangulamentos, agarramentos e imobilizações. Segundo a mitologia helênica, o pankaration eve início com Hercules e Teseu. Os estudos revelam que até a palavra pankaration é de origem africana (Kemeth). O prefixo "pan" significa "todos". O sufixo "ção", ou "ion" denota ação ou estado de ser. O "Krat" porção da palavra define o conceito de "poderes" no pankration. Krat diz respeito aos métodos completos de luta que são exemplificadas pela prática de várias formas de combate. A palavra grega "Krat" pode também referir-se ao agrupamento de três palavras encontradas em um vocabulário antigo de Kemetic.

O sistema de escrita antiga kemita é conhecido como MEdu Neter. Os gregos chamaram de hieróglifos , ou os escritos dos Deuses. No MEdu Neter a palavra "Ka" tem um duplo significado: lidar com o espiritual e o físico. "Ka" significa a energia vital da alma. Observe o conceito e ortografia do Ka no antigo Kemet e as palavras "ki" em japonês, e "chi" em chinês. As três palavras referem-se a uma energia vital interna. Em Kemet, a palavra"Ka" também significa o corpo físico, ou mais precisamente, "o corpo morto".

A palavra "Ra", ou "res" significa acordar, para manter-se acordado, ou para assistir. Ra é também o nome dado ao Sol, que re-se por notícias circulando para voltar a aparecer a cada dia. Ra, a palavra fala de regeneração.

"Te", ou "t" significa mão. No antigo sistema Kemita, “t” era representado por uma mão. A palavra "Te" significa fora, para sair, para emitir, para dar, para definir, ou ao lugar. "Te" denota ação. Além disso, observe que a palavra japonesa para a mão também é "Te".

O Krat no pankration significa poderes e pode ser derivada a partir dos conceitos kemitas mais antigos de Ka (energia física e espiritual vital), ra (a levantar-se, para regenerar), e "Te" (o ato de).

É interessante notar que, no Japão, as palavras Karate (空手), ou Karate Do traduzem o significado de "caminho de mão vazia". Kara significa "vazio" e "Te" |手| | literalmente "mão", é o mesmo em Neter MEdu, como indicado acima. A palavra "do" significa caminho (em chinês é "tao"). Note-se que lendário mestre das artes marciais Masutatsu Oyama escreveu em seu primeiro livro O que é Karatê?, publicado em 1958, que "Os registros mais antigos que temos são de combate desarmados em hieróglifos das pirâmides do Egito ...". Oyama faz referência específica a Beni Hasan como fonte de artes marciais. Da mesma forma, Hawaiian Kenpo Karate, que nasceu Grandmaster Ed Parker , universalmente reconhecido como "Pai do Karate-americano", escreveu em seu primeiro livro "Kenpo Karate - Direito do punho e da mão vazia", que "os registros apresentam ligações do Kenpo Karate (ênfase Mr. Parker ), desde o tempo do Império Egípcio ".

As evidências históricas são fartas e os estudiosos atuais sabem que a luta conhecida como greco-romana está representada em ilustrações nas paredes de tumbas da região do antigo Egito chamado Mahez, que foi renomeado como "Beni Hasan", ou "monte de o filho da família Hasan ". Estas ilustrações apontam para uma ciência bem desenvolvida na Núbia e que atingiu o auge de expressão no Egito. São centenas de pinturas com diversas técnicas de golpes, como chutes, socos, estrangulamentos, uso de bastões, e diversos tipos de arma branca.

A luta livre núbia é como uma Pedra de Roseta das artes marciais, pois contém as origens e conceitos-chaves para entender as artes marciais que foram desenvolvidos milhares de anos depois, em várias regiões do planeta.


Detalhe do túmulo de Khety descreve técnicas de bloqueio de luta e articulação.



Guerreiros Núbios demonstrando chutes e técnicas de finalização (Túmulo de Amenemhat, 12ª Dinastia do Egito.)


Boxe e faixas personalizadas ( leste da parede do túmulo do governador Khety)


O uso pela primeira vez de faixas por dois competidores em combate (túmulo de Khety, 11 Dinastia do Egito)


Lutadores núbios

Há remanescentes destes lutadores africanos?

- Sim, são os Nubas. Vivem nas Montanhas Nuba e estão localizados no sul da Kordofan, cobrindo cerca de 30.000 quilômetros quadrados, aproximadamente do tamanho da Escócia no centro geográfico do Sudão.

A ciência das artes marciais foi modificada pelos povos ocidentais e perdeu muita a sua essência original de justiça, ações corretas e verdade, meditação, concentração na respiração, controle e correta liberação de poderosas forças internas. Com a destruição da biblioteca de Alexandria muitos ensinamentos das artes marciais foram perdidos, mas as escavações nos têm mostrado a veridicidade que todo o conhecimento, e entre eles, a essência das artes marciais, é de origem africana.

Coletivo AfroCaeté: Coletivo participará do cortejo de abertura do Xan...

Coletivo AfroCaeté: Coletivo participará do cortejo de abertura do Xan...